12.5.10

Fin

E agora finda o Penso Lento


Para ti. Obrigado pelo "presente" que me vais dar.

29.3.10



Tenho sido uma real besta.

26.3.10

No corpo feminino...



No corpo feminino, esse retiro


- a doce bunda - é ainda o que prefiro.


A ela, meu mais íntimo suspiro,


Pois tanto mais a apalpo quanto a miro.


Que tanto mais a quero, se me firo


Em unhas protestantes, a respiro


A brisa dos planetas, no seu giro


Lento, violento...


Então, se ponho tiro


A mão em concha - a mão, sábio papiro,


Iluminando o gozo, qual lampiro.


Ou se, dessedentado, já me estiro,


Me penso, me restauro, me confiro,


O sentimento da morte ei que adquiro:


De rola, a bunda torna-se vampiro.





Carlos Drummond de Andrade

19.3.10


Feliz dia do pai. Onde quer que estejas.

11.3.10

A VIDA NAO ME VAI DERROTAR. TENHO A MINHA ESTRELA DA SORTE :)

18.2.10

Que lento l die,

Quon lentamente, silénciosamente

Perco todo.

17.2.10

Podridon


Fiç ua pausa ne ls pensamientos

arquibei las debedas

tornei-me saudable frente al astro

pensei an ti i an nós

alimentei l'animal

apaguei la fogueira

queimei l cuorpo

anfrentei la podridon.

12.2.10

Para ti, olhinhos de cereja


Podes lembrar-te de mim como um pai,

ou uma espécie de pai ou de irmão mais velho,

alguém que esperará por ti deste lado da ponte,

de camisa branca, arregaçada por aqui,

encostado a uma levíssima brisa.

Sou eu quando vires.

Fazia-me criança para brincar contigo,

agora larguei a imaturidade finalmente.

Também eu dormi nesse quarto cheio de monstros,

também cresci assim sem defesas.

11.2.10

Sybill Shepard

9.2.10


Tradução da Daniela

5.2.10

2.2.10





Eu sei a pequena casa que és, no cimo do monte

Com janelas de vidros quebrados

E que através de ti passa só o vento

E também sei que precisas do calor da palavra que te levo.

27.1.10

Esperança

18.1.10

17.1.10

16.1.10

14.1.10

13.1.10

12.1.10

11.1.10

8.1.10

Poema em linha recta


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Álvaro de Campos

5.1.10

4.1.10